Alecrim Films

Eu não poderia deixar de falar de uma animação adotada por um jovem produtor e cineasta da UnB, ele fez muito para realizar “A Pisadeira”. Depois que Luiz Mir mostrou o filme, falei que gostaria de fazer um filme junto. Basta pesquisar a cultura brasileira. Há lendas escondidas que precisam de apreciação, como fez Luiz, quando estudante na Universidade de Brasília.

As lendas são para serem contadas, lembradas e reprisadas. Em minhas lembranças de criança, quando eu escutava um barulho, achava que eram os Gigantes do Pé de Feijão andando nas ruas, enquanto os adultos dormiam.

Quem não lembra de algum quadrinho que mexe com nosso imaginário e nos deixa ser criança novamente. Eu brinco com as minhas amigas da Escola, que até hoje cantam as canções da Disney. Eu e Lu costumamos ir ao cinema para assistir as animações. Levamos a sério a profissão de cinéfila. Infelizmente excluo filmes de Terror, porque  não tenho coração para tanta adrenalina.

Raul Seixas cantou:

Sonho que se sonha

É só um sonho que se sonha só

Mas sonho que se sonha junto é realidade

Com a deixa ao amigo Luiz, ao irmão, ao padrinho, não podemos parar de sonhar e um dia hei de fazer juntos alguma animação.

Deixo aqui a ideia de um possível projeto, é só adaptar os contos do escritor potiguar Câmara Cascudo, que escreveu “Lendas Brasileiras” – As mais famosas lendas contadas pelo mais famoso folclorista brasileiro. Gosto muito das músicas extrovertidas de Raul Seixas, como “eu sou a mosca que pousou em sua sopa”. Vamos sonhar juntos Luiz Mir ou Luiz Jorge?

Há vários links sobre “A Pisadeira”, encontrei um divertido:

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2010/04/lenda-da-pisadeira.html

As fontes de inspiração são várias, no Folclore Brasileiro. Por enquanto, cito Luís da Câmara Cascudo, Lendas Brasileiras – Rio de Janeiro, Ed. Ediouro, 2000.

NORTE (A Lenda da Iara, Cobra Norato, Lenda da Sapucaia-Roca, Barba Ruiva);

NORDESTE (A Cidade Encantada de Jericoacoara, Carro Caído, Senhor do Corpo Santo, As Mangas de Jasmim de Itamaracá, A Morte de Zumbi)

ESTE (O Frade e a Freira, A Serpente Emplumada da Lapa, O Sonho de Paraguassu)

SUL ( O Negrinho do Pastoreio, A Lenda da Gralha Azul, Fonte de Amores, A Virgem Aparecida, A Lenda de Itararé)

CENTRO (Os Tatus Brancos, A Missa dos Mortos, Chico Rei, Romãozinho).

Assistia bastante “O sítio do Pica Pau Amarelo”, adaptado como seriado infantil na TV Globo, é por isso que sou fã de “Saci-Pererê” (o menino de uma perna só, cheio de poderes mágicos). Eu tinha um boneco que o chamava de “Pereirão”, era uma homenagem ao meu travesso amiguinho de gorro vermelho. Já a “Cuca” eu tinha medo de quando ela aparecia, era uma jacaré do papo-amarelo gigante, ela raptava crianças em um saco. A palavra mágica do Sítio é pirlim pim pim, um pó dos bom, que até Peter Pan pediria emprestado, para Narizinho e Pedrinho. “Iara” é uma sereia que foi condenada porque se defendeu quando injustiçada pelos irmãos. Ela seduz os homens e os leva para o fundo do rio. Pode ser o rio São Francisco, o Delta do Rio Parnaíba, rio Potengi, ou quem sabe o rio Mipibu. Conheci outros rios que soam familiar rio Vaza-barris, rio Sergipe. O rio Guarajibe e Timbó ficam na Paraíba. Mas o nomes divertidos são rio Mumbaba e rio Sanhauá e rio Laranjeiras e o rio Jaguaribe. Em Recife os rios Capiberibe, Beberibe e Tejipió são os mais conhecidos.

Associar os rios as lendas faz a viagem e a brainstorm (chuva de ideias) ou a ideia genial aparecer.

Aqui no Brasil, dia 22 de agosto é o dia Nacional do Folclore. Eu faria um desenho com Curupira (protetor da Natureza), em pleno século XXI caminhando e vendo as cidades sujas e poluídas. Aqui na minha rua jogam garrafas de vidro de cerveja no gramado ou roupas e restos pendurado em árvores. É um herói e vilão porque encanta as crianças até ser perderem na floresta.